Inquérito/CEP: Bispos procuram respostas

08-05-2012 22:32

 

Comissão vai estudar resultados da recente sondagem sobre identidades religiosas em Portugal

MC/Agência Ecclesia | Padre Manuel Morujão

Fátima, Santarém, 08 mai 2012 (Ecclesia) – O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) revelou hoje em Fátima que os bispos católicos decidiram criar uma comissão para analisar os resultados da recente sondagem sobre identidades religiosas e tirar “conclusões práticas”.

“Embora nem todas as notícias fossem animadoras, ainda há um bloco substancial [de pessoas] que quer a Igreja Católica e que acha que [ela] é importante”, assinalou o padre Manuel Morujão, em declarações aos jornalistas, após a reunião do Conselho Permanente da CEP.

Esse “bloco”, prosseguiu, é “ainda muito consistente e forte”, encontrando na religião “concretamente, na prática da Igreja Católica, um bastião de valores ao qual quer aderir”.

Segundo a sondagem elaborada pela Universidade Católica (UCP), divulgada a 18 de abril, a percentagem de católicos na população portuguesa baixou de 86,9% para 79,5%, entre 1999 e 2011, enquanto se verificou um aumento dos que se dizem não crentes ou sem religião - de 8,2% para 14,2%.

O episcopado português criou agora uma estrutura, coordenada pela Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, para “estudar esse inquérito, com a ajuda de sociólogos”.

O secretário da CEP acredita que existam resultados antes da próxima assembleia plenária dos bispos católicos, marcada para novembro.

“Espera-se que façam um plano comum a todas as dioceses portuguesas, aos movimentos, paróquias, congregações religiosas”, referiu o padre Manuel Morujão.

Este responsável adiantou que em abril já existia um “projeto concreto”, que os bispos entenderam “filtrar” pelo inquérito, convertendo “essa leitura sociológica em propostas pastorais”.

O sacerdote jesuíta disse, por outro lado, que a “dificuldade” sentida pela Igreja Católica em transmitir a sua mensagem é a mesma de “todos os pedagogos” de hoje, perante “milhões de mensagens” e "profetas alternativos".

“Perante essas dificuldades, [a Igreja] não cruza os braços; esperemos melhores tempos”, acrescentou.

Destacando a necessidade de uma “resposta de qualidade”, o padre Manuel Morujão frisou que “aqueles que querem ser cristãos ou católicos” fazem “um caminho livre, que cada um assume”.

O inquérito ‘Identidades Religiosas em Portugal: Representações, Valores e Práticas – 2011’, levado a cabo pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião e Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica Portuguesa (UCP), com o patrocínio da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), obteve cerca de 4 mil respostas válidas.

PTE/OC